segunda-feira, 23 de junho de 2008

Segura Leila

Nestes dois anos em que trabalho com o mercado do entretenimento adulto, o que mais ouço falar é que mulher não assiste filme pornô, só erótico. Mas a realidade é bastante diferente. Em contato com donos de locadoras de todo o país, o que se sabe é que nossas senhoras fazem consumo de filme pornô, ops, erótico, mais bonitinha esta palavra. Para agradar a mulherada, penso em produzir um filme com enredo e homens que agucem a libido feminina. Mas acho que isso é meio em vão, porque, em geral, as mulheres dizem que não se masturbam. Enfim, para entender um pouquinho da mente feminina, vou falar da ex-atual-atriz-pornô Leila Lopes – amiga de Berenice, grande Berê! A eterna professorinha virgem de Renascer, cansada de tanta solidão e da vida casta, resolveu sair do anonimato e protagonizar o gran filme do “genial” diretor renomado J. Gaspar – “Pecados e Tentações”, no qual, o longa (diga-se de passagem é bem longa) é protagonizado pelo ator pornô Carlos Bazuca. Em entrevista dada (do latim, dare fazer doação de, doar; ceder alguma coisa, transferir gratuitamente ´neste caso bem pago´ a posse dela a alguém; conceder, outorgar, investir; dotar com; entregar, confiar, pôr em poder de...) ao Jô Soares, a atriz disse que essa obra tem como intuito angariar o público feminino. Pode ser, mas Leila, vamos bater um papo de ator para atriz. Ah, sou ator nas horas vagas. Querida, legal sua atitude e assino embaixo, mas, pelo trailler que eu vi, a qualidade de imagem e de iluminação não é diferente dos outros filmes idealizados pela Brasileirinhas. Respeito e parabenizo a iniciativa, mas conheço o Carlos Bazuca e lhe pergunto: A década de 50 era regida por vários preconceitos e mentalidade totalmente fechada, principalmente pelos homens que estudavam para se tornar padres – a questão é: O Bazuca é todo tatuado, que tipo de seminarista teria várias tatuagens espalhadas pelo corpo?A produção da Brasilieirinhas foi bastante displicente neste ponto. Então, deveriam trocar o ator? Não, afinal de contas, Leila fez uma série de exigências, inclusive, foi ela que escolheu o Bazuca pra contracenar. Mas, atualmente, existem maquiagens à prova d´água que permanecem no corpo por mais de cinco dias. Poderiam usar este artifício. Acho que a ex-atual-atriz-pornô Leila Lopes ficou com alguma seqüela depois do acidente que sofreu em 1999, no qual estava junto com a sua ex-empresária e atual amiga Berenice. Leila, pela sinopse que você disse no Jô, a história do seu filme não tem muitos vínculos, porém, foi baseada ou inspirada nas obras do escritor Nelson Rodrigues. Mas envolver a cunhada na trama é algo que o escritor Tenesse Willians já fazia, enfim, tá. No meu ignóbil entendimento, o velho Nelson provavelmente faria algo mais ou menos assim: Uma mulher dedicada à família e religião se encanta pelo primo seminarista, o deseja a todo custo e no final alguém morreria - provavelmente algo muito melhor do que isto. Acho que Nelson Rodrigues deve estar se revirando no túmulo depois deste comentário, mas, enfim, cada um na sua, né? O importante é que seu filme vai bombar (não só a venda do filme, mas os atores também). Agora me pergunto: E Berenice? Gente, eu acho que o supra-sumo do pornô seria um filme com a amiga da ex-atual-atriz-pornô Leila Lopes. E, para mim, deveria ser um filme que reconstituísse o acidente da atriz; penso até em um título: “Berenice, se segura que nós vamos bater uma”! Esse sim, sem dúvida, ia bombar em vendas. Não sou preconceituoso, pelo contrário, incentivo a produção de filmes que tenham como intuito atender ao público feminino, mas, a digníssima ex-atual-atriz-pornô pagou alguns micos. Enfim, desejo sorte a ela e anuncio que penso em fazer um estilo único no pornô: Filmes com celebridades mortas. Imagine o sucesso de filmes com personalidades como Carmem Miranda, Léo Batista, Roberto Marinho, Frank Sinatra e quem sabe com a cantora Joelma do Calypso - essa mulher pode se matar a qualquer momento, principalmente se ela ouvir seu próprio CD por duas vezes consecutivas. Penso até no título, por exemplo, “Isso é KY”. Ou então: “KY pra quê”?